ao herói romântico
Num par de dias de passagem pelo 'refúgio' do meu Pai percorremos juntos um caminho de memórias. Álbuns e mais álbuns. São dezenas as fotografias dos seus arquivos, separadas em dois grandes grupos: o seu percurso profissional, entre o Conservatório e a época da formação do CENDREV às aulas de ballet no Palácio Câmara Manoel em Évora, e a nossa história familiar. Todas balizadas entre o final dos anos setenta e o meio da década de oitenta. A peça 'A Noite dos Visitantes', de Peter Weiss, por exemplo, é a minha primeira memória de ver o meu Pai em palco. Ele (ao centro na foto) no meio de uma contenda encenada e eu, miúdo, chorava ao colo da minha Mãe no meio da assistência. O grotesco assustou-me, despertou-me; pela primeira vez.
Ao meu Pai, actor, bailarino, tocador de flauta de bisel, animador cultural, condutor de uma Vespa, professor universitário e o último dos heróis românticos. Enfim, Cyrano.
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