26.8.07

ao herói romântico

'A Noite dos Visitantes', de Peter Weiss, pelo Centro Cultural de Évora, 1979

Num par de dias de passagem pelo 'refúgio' do meu Pai percorremos juntos um caminho de memórias. Álbuns e mais álbuns. São dezenas as fotografias dos seus arquivos, separadas em dois grandes grupos: o seu percurso profissional, entre o Conservatório e a época da formação do CENDREV às aulas de ballet no Palácio Câmara Manoel em Évora, e a nossa história familiar. Todas balizadas entre o final dos anos setenta e o meio da década de oitenta. A peça 'A Noite dos Visitantes', de Peter Weiss, por exemplo, é a minha primeira memória de ver o meu Pai em palco. Ele (ao centro na foto) no meio de uma contenda encenada e eu, miúdo, chorava ao colo da minha Mãe no meio da assistência. O grotesco assustou-me, despertou-me; pela primeira vez.

Ao meu Pai, actor, bailarino, tocador de flauta de bisel, animador cultural, condutor de uma Vespa, professor universitário e o último dos heróis românticos. Enfim, Cyrano.