31.8.07

norman mailer's (american ) landscapes

'Almost everybody I knew in Desert D'Or had had an unusual career, and it was the same for me. I grew up in a home for orphans. Still intact at the age of twenty-three, wearing my flying wings and a First Lieutenant's uniform, I arrived at the resort with fourteen thousand dollars, a sum I picked up via a poker game in a Tokyo hotel room while waiting with other fliers for our plane home. The curiosity is that I was never a gambler, I did not even like the game, but I had nothing to lose that night, and maybe for such reason I accepted the luck of my cards.'

'The Deer Park', 1955 (primeiro parágrafo)
de Norman Mailer, a propósito da Ípsilon de hoje.

30.8.07

jeff brouws' (american) landscapes

Farm Form Nº9, Missouri, 1995 7 x 7 inch archival pigment print El Morocco Motel, Bakersfield, California, 1994 24 x 20 inch chromogenic dye coupler print

Farm Form Nº9, Missouri, 1995

7 x 7 inch archival pigment print

El Morocco Motel, Bakersfield, California, 1994
24 x 20 inch chromogenic dye coupler print

dedicatória aos bravos

Pela primeira vez Portugal estará presente num Campeonato do Mundo de Râguebi (sénior). Este é o corolário de um percurso definido por uma evolução brilhante e um esforço notável da equipa nos últimos quatro anos.

Nos dez anos em que fiz râguebi, quatro dos quais na Selecção Nacional (de juvenil a sub-22), tive a oportunidade de jogar em 1995 num Campeonato do Mundo, mas de juniores, em Bucareste. Na
equipa que hoje arrancou para França ainda estão alguns dos amigos desses dias.

A eles, aos outros e ao Tomaz um grande abraço.
Força Lobos.

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28.8.07

o lado andrógino de bob dylan

Cate Blanchett

Segundo Todd Haynes.

nice ´n easy

nastassja kinski em 'paris texas'

Ou um frame pós-moderno.

27.8.07

tudo o que os pós-modernos desejam,

na lógica de Norman Denzin, encontrá-lo-ão nas páginas de Bret Easton Ellis. Tudo sem sair do sofá.

os que pós-modernos desejam

Na biblioteca do herói romântico descubro um livro de Steven Connor intitulado 'Cultura Pós-Moderna'. Nele pode ler-se na página 147 uma transcrição de Norman Denzin que atesta que "Blue Velvet (David Lynch, 1986) reproduz impiedosamente, e ao que parece, sem ironia, os mais estreitos estereótipos culturais, em particular na sua apresentação da sexualidade masculina e feminina.[...] Os indivíduos pós-modernos desejam filmes como Blue Velvet porque neles podem ter o seu sexo, os seus mitos, a sua violência e a sua política, tudo ao mesmo tempo."
E já agora, acrescento eu, a Pabst Blue Ribbon.

26.8.07

ao herói romântico

'A Noite dos Visitantes', de Peter Weiss, pelo Centro Cultural de Évora, 1979

Num par de dias de passagem pelo 'refúgio' do meu Pai percorremos juntos um caminho de memórias. Álbuns e mais álbuns. São dezenas as fotografias dos seus arquivos, separadas em dois grandes grupos: o seu percurso profissional, entre o Conservatório e a época da formação do CENDREV às aulas de ballet no Palácio Câmara Manoel em Évora, e a nossa história familiar. Todas balizadas entre o final dos anos setenta e o meio da década de oitenta. A peça 'A Noite dos Visitantes', de Peter Weiss, por exemplo, é a minha primeira memória de ver o meu Pai em palco. Ele (ao centro na foto) no meio de uma contenda encenada e eu, miúdo, chorava ao colo da minha Mãe no meio da assistência. O grotesco assustou-me, despertou-me; pela primeira vez.

Ao meu Pai, actor, bailarino, tocador de flauta de bisel, animador cultural, condutor de uma Vespa, professor universitário e o último dos heróis românticos. Enfim, Cyrano.


As aulas de ballet, na sumptuosidade da sala diáfana do antigo palácio, ao som dos acordes de piano. Algumas vezes eu, à espera num canto, preenchia aborrecido a lápis-de-cor livros do Gato das Botas. Atrás, a voz do meu Pai continuava: Première, Deuxième, Grand-plier, Démi-plier.

resumo

on the road, mas de carro

de uma nota de verão (2)
Dez dias, 1800 km, um mapa de estradas, uma polaroid e um carro dos anos oitenta. E a viagem não terminou. Em cinco dias espera-se a segunda etapa: no mesmo carro cruzar Espanha, a caminho da casa de Barcelona. Note-se que, quatro meses depois, já não era sem tempo.

o meu tributo

Vale Figueira, Aljezur.  Verão 2007. © pdb

a Hiroshi Sugimoto.

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15.8.07

resumo de uma nota de verão

Don´t forget: drink wine. Red and fruited by night and cold white at lunch time. Eat fresh fish at least twice a week and take a boat ride at sunset with someone you like. Read a good book, watch a film-noir movie and let life take care of yourselves.

After all, it´s Summer.



11.8.07

Les vacances de Monsieur Hulot

on the road

Depois de três meses na cidade, (dois deles de hardwork), deixo Nova Iorque por oito semanas rumo à Europa. Esperam-me o sol em Sagres e o Tejo em Lisboa. Esperam-me o arroz-doce da minha avó e a mousse de chocolate do Pap'Açorda. Esperam-me a limonada fresca no bairro antigo de Sevilha e as tardes de toiros no Puerto de St. Maria. Espera-me a minha casa de Barcelona, com os meus livros, filmes e a cama gigante. Mas sobretudo esperam-me a família, os verdadeiros amigos e uma princesa argentina.

10.8.07

being a meliorist



A crença de que a melhoria da sociedade depende do esforço humano.
É verdade, há que admiti-lo; mas apenas de algum esforço humano.

I am somewhat of a meliorist

“The French have a saying, ‘The more it changes, the more it remains the same. ’You must admit there may be a certain truth to that, especially with reference to what we call ‘society’. In effect is has not changed in its essentials from what it was in the dim past, even though we tend loosely to think of civilization as progress. I frankly no longer believe in that concept. I respect man for what he has to go through in life, and sometimes for how he does it, but he has changed little since he began to pretend he was civilized, and the same thing may be said about our society. That is how I feel, but having made that confession let me say, as you may have guessed, that I am somewhat of a meliorist. That is to say, I act as an optimist because I cannot act at all, as a pessimist”.

Bibikov sobre o 'estado das coisas',
em 'The Fixer', de Bernard Malamud, página 173.

'frames' de luxo

Solaris, de Andrei Tarkovsky
'Samurai Rebellion' de Masaki Kobayashi, 1967
A Janela Indiscreta, of course

9.8.07

ser pragmático

Como S. Paulo, que acerca dos padres disse: se não se contêm pois que se casem.
E em três pancadas fica o assunto arrumado. As preocupações dogmáticas que venham depois.

7.8.07

morto



pela hiper modernidade.

o paradoxo da babel

Em Nova Iorque, da mesma forma que acontece em outras grandes metrópoles do mundo, o hedonismo (quando existe) é uma prática forçada.
Lipovetsky tem razão. Curvemo-nos assim perante a hiper-modernidade.

estigma de santo agostinho (2)

O que se conquistou por mártires sindicalistas, por teóricos como Locke ou Rousseau e pelos esforços de outros idealistas e activistas - ou seja, tudo o que a humanidade aprendeu nos últimos duzentos anos sobre os direitos básicos e fundamentais do trabalhador - está agora esquecido nos lugares-pico da civilização e esses ideais não são mais do que linhas gastas num qualquer calhamaço da biblioteca pública.

É o Estigma de Santo Agostinho no seu melhor.
(And Liberty and Justice for All).

nem isso

Um colega japonês comenta-me que em Tóquio, tal como aqui em Nova Iorque, também trabalhava uma média de 14 horas diárias no ateliê mas com uma diferença insuportável: não recebia ordenado. Na minha surpresa consegui apenas articular a palavra 'escravidão'. Nem isso, remata ele, pois pelo menos os escravos tinham cama e comida pagas.
É verdade. E calei-me.

4.8.07

ou apenas um

Woody Allen, numa entrevista esta semana à revista Time sobre a obra de Bergman, é questionado sobre os seus cinco filmes favoritos do cineasta sueco. Allen responde 'Morangos Silvestres', 'Persona', 'O Rosto', 'O Sétimo Selo' e outro que agora não me lembro. Depois o entrevistador diz-lhe que há muitos realizadores que seriam felizes se tivessem feito somente esses cinco filmes.
Ou apenas um, acrescenta Allen.

click!

1.8.07

estigma de santo agostinho

Tal como Santo Agostinho, que pedia a Deus castidade e continência mas não para já, também Thomas Jefferson vivia atormentado pelo remorso. O homem que escreveu a Declaração da Independência, apoiado nos valores do Iluminismo Francês, e na qual se pode ler que todos os homens 'are created equal', possuía dezenas de escravos na sua plantação sulista.

Entre o Ideal e a praxis há um abismo gigante. Há aquilo que de agora em diante passarei a denominar neste blogue de Estigma de Santo Agostinho.

(And Liberty and Justice for all).