31.3.09

ken e gata

ken Ogata em 'The Vengeance is Mine' (1979), de Shohei Imamura

men under the influence (5)

Na onstage conversation antes da projecção de 'Mishima: A Life in Four Chapters', no Film Forum, Paul Schrader explicava a escolha do actor Ken Ogata para representar o papel do irreverente autor japonês. Ken Ogata, dizia ele, criou através daquele filme do Imamura —não me recordo do nome— uma screen persona ligada à violência. 'Vengeance is Mine', gritou alguém do público. Sim, respondeu Schrader, esse mesmo.

30.3.09

men under the influence (4)

A passagem bíblica 'Minha é a vingança; eu retribuirei' (Romanos 12:19), que apela aos homens para não se vingarem deixando os actos de ira com Deus pois a sua justiça é divina, foi abertamente adoptada pela cultura urbana. Mas de uma forma distorcida. Se Deus vinga, por que não há-de o Homem, feito à imagem de Deus, igualmente vingar? Mike Hammer, de Mickey Spillane, vingou ('Vengeance is Mine', 1950) e Shohei Imamura ('Vengeance is Mine', 1979) vingou também.

men under the influence (3)

Shohei Imamura colaborou no início da sua carreira com Ozu, afastando-se posteriormente por duas diferenças conceptuais: 1) divergência na direcção de actores, criticando a rigidez do mestre; e 2) desinteresse pela temática de Ozu, um retrato íntimo e meticuloso da classe média do pós-guerra japonês. Da experiência comentou: “I wouldn’t just say I wasn’t influenced by Ozu. I would say I didn’t want to be influenced by him.”

29.3.09

men under the influence (2)

Philip Marlowe, criação literária de Raymond Chandler, é o estereótipo do hard-boiled detective. Durão, cínico, machista e mulherengo é da mesma forma (ou por conseguinte) um solitário desiludido. Este tipo de anti-herói que pela justiça se move muitas vezes à margem da Lei não é necessariamente uma novidade que aparece com Chandler —lembremo-nos de Dashiell Hammett muito antes— mas é com ele que define os seus contornos. A independência de Marlowe tornou-se uma imagem de marca para o género. No boss, no wife, no children; um cruzado por conta própria. Este género virá depois em (quase) todos os livros de Mickey Spillane, sendo no entanto explorado para lá de qualquer limite socialmente aceitável. Ou seja, Spillane pegou na receita para de seguida estalar-lhe o verniz.

men under the influence



Os primeiros minutos de 'Tsuma yo bara no yo ni' (é impossível decorar isto), de Mikio Naruse, sugerem imediatamente o que será o tom do filme. Esses breves momentos onde se mostra a cidade moderna e repetitiva preenchida pela multidão, com a câmara colocada abaixo do ponto de vista do observador, levam-nos a uma apresentação intimista da modernidade num Japão tendencialmente (e estou a referir-me àquele ano de 1935) tradicional. O filme acaba mesmo por explorar um tema íntimo e familiar —a separação matrimonial e o consequente estigma cultural— numa sociedade em transformação, indo assim ao encontro das impressões causadas pelas imagens iniciais. Mas o que mais me despertou o interesse nessa sequência foi a semelhança com a chapa de Walker Evans (direita), da série das ruas de Chicago de 1946. O efeito é o mesmo, de facto, embora o propósito para o dito efeito seja um pouco diferente.

das improbabilidades

No Largo de Camões, sexta-feira à noite, uma rapariga de franja escorregou mesmo ao meu lado na calçada. Prontamente eu e outro rapaz ajudámo-la a levantar-se. Foi uma pena nesse momento eu estar igualmente a falar ao telefone, caso contrário, quando ela agradeceu, ter-lhe-ia dito que há uns anos num dia de chuva aconteceu-me o mesmo mais ou menos naquele sítio. Uma improbabilidade. Ou talvez não, pois com estas calçadas luzidias que Deus nos deu tal coisa deve ali acontecer a muita gente.

27.3.09

reflexões durante o jogging

Aprendi-o em doze anos de râguebi mas a própria vida também me o poderia ter ensinado: derrota não é cobardia. Cobardia é outra coisa. Falta de comparência, por exemplo.

voyage autour de mon quartier

Ao viver actualmente numa paralela à Av. da Liberdade a minha vida distribui-se pela oferta local. Do Cabaret Maxime à Crew Hassan, da Cinemateca ao D. Maria II, da papelaria internacional do elevador da Glória ao jogging pelo Parque Eduardo VII. Estico-me até ao Chiado, quanto muito, e por vezes um pouco mais até à Bica, é verdade, tal como também não deixo de correr na margem do Tejo até Belém de vez em quando se me lembro. Mas o que me ocorre é que de todos os sítios por onde tenho vivido — do Restelo à Ajuda, da Gràcia ao Born, do Harlem ao Upper West, da East Village a Williamsburg — não deixei nunca de ser um bairrista preguiçoso. Ou se quisermos ser mauzinhos, assim como uma espécie de Henry Louis Mencken, podemos dizer que tamanha inércia para sair do bairro não é mais do que um reflexo do provinciano que há em mim. E alentejano, ainda por cima. O que pondo as duas coisas ao lado uma da outra nos leva ao conhecido ditado popular junta-se assim a fome à vontade de comer.

ontem, no Maxime

Ontem fui ao Cabaret Maxime para ouvir a 'Barbarella' do Samuel Úria mas este ao acabar a sua parte ainda não a tinha cantado. Meio furibundo, tive então uma surpresa depois do intervalo. Márcia, de seu nome. Cantou originais em português, inglês e francês, denunciando um certo cosmopolitismo sentimental e através de uma presença em palco sozinha com a sua guitarra provocou uma evocação visual e sonora que me levou, com as devidas distâncias, nada mais nada menos do que a Cat Power. No fim voltou o Úria ao estrado e escutei finalmente, já sentado num degrau a um canto, a 'Barbarella' a duas vozes. A caminho de casa fiquei a pensar o quão verdade é o facto de gostar de ouvir, como uma vez me disseram, senhoras que cantam muito baixinho e devagar.

25.3.09

of young women and pets



'Au hasard Balthazar' (1966) é o filme mais terno que conheço do cineasta francês. Embora Bresson continue a explorar temas que lhe são queridos, como o «Acaso», o «sofrimento» ou a «provação», há paralelamente uma apologia à ternura que não encontrei nos seus filmes anteriores. Não é feita de uma forma visualmente gratuita, pelo simples afecto da jovem rapariga, Marie, perante o olhar passivo e melancólico do burro, Balthazar. É uma ternura mais profunda do que a física, mais emocional do que táctil. Marie entrega-se a esta pois Balthazar — ainda que uma metáfora de Bresson para o Acaso — representa igualmente a bondade e o altruísmo. Ele nada pede em troca; está apenas lá. Quando Balthazar começa o seu percurso errático de dono em dono, Marie vai da mesma forma descobrindo o mundo sozinha. O amor, o desprezo, a derrota, a ganância, a violência são-lhe dados a conhecer aos poucos por todos aqueles que a rodeiam. De igual maneira Balthazar vai percorrendo as variantes da espécie humana, da barbaridade ao oportunismo. No fundo, a bela e a besta são o mesmo, casuais vítimas da crueldade do Homem e do Destino. Marie sente em Balthazar o refúgio. É por isso uma ternura diferente.

23.3.09

of single women and pets

Há um tipo de mulheres que gosta de cães mas se não tem espaço em casa para ter um, rapidamente se esquece e decide ter um gato. Ou pior, escolhe um cão que pelo tamanho pareça um gato. Geralmente o comportamento destas senhoras é o mesmo em relação aos homens. Querem uma coisa, mas se existir alguma contrariedade também ficam bem com outra. Uma ténue linha, esta que vai do pragmatismo à falta de exigência.

of single women and pets

É curioso constatar que uma mulher ao escolher um animal de estimação é influenciada por motivos relacionados com a falta de alguma das seguintes coisas: espaço para o bicho, tempo para o bicho ou tacto para o bicho.

21.3.09

o foyer também conta (2)



Histórica cena de 'Annie Hall' (1977) no foyer do antigo Walter Reade Theater da Film Society do Lincoln Center. Não necessariamente um local sóbrio e tranquilo, mas vê-se a rua lá atrás. E o foyer também conta.

do ritual de ir ao cinema, o foyer também conta

A questão do desaparecimento dos cinemas de rua em detrimento dos instalados em centros comerciais tem sido discutida por muitos cinéfilos nostálgicos. O que faz todo o sentido. Ir ver um filme ou ir ao cinema são coisas diferentes. Ir ao cinema é um ritual que incorpora diversos passos: a sessão e os momentos pré e pós. As salas encafuadas em superfícies comerciais herméticas e despersonalizadas têm a vantagem de oferecer melhores instalações (leia-se cadeiras e espaço entre elas) mas mesmo assim não as tornam atractivas para quem está na disposição de ir ao cinema como um ritual e não apenas com a finalidade de ver um filme.

Este parágrafo disperso não deverá ser interpretado como um ataque às salas em centros comerciais (valem o que valem e ainda bem que também existem), serve apenas de introdução conceptual para um elogio à «resistência» das salas tradicionais. A Cinemateca Portuguesa, embora seja um exemplo mais institucional, é, e como não poderia deixar de ser, o paradigma de uma sala de cinema propícia ao ritual: um curto passeio pela Avenida, a chegada a um local sóbrio e tranquilo, a projecção em si e o regresso calmo a casa ou ao carro (estrategicamente afastado para aproveitar o passeio). Junte-se a isto a qualidade de uma programação variada (cinco sessões ao dia) que proporciona o acesso a visualizações raras (destaque para os actuais ciclos dedicados a Mikio Naruse; ao Neo Realismo e a Robert Bresson) a um custo máximo por bilhete de 2,5.

Cinemateca ou Film Society, King ou Film Forum, Londres ou Lincoln Plaza, S. Jorge ou Angelika SoHo. Lisboa ou Nova Iorque, o importante é que ainda se pode ir ao cinema. E nestes tempos de hipermodernidade eu elogio os que nos permitem isso.

19.3.09

a assimilação da «desestruturação»



Ao reler o post anterior fico com algumas dúvidas quanto à palavra «desestruturação». De qualquer forma, mesmo sabendo que para quem o leia o seu significado possa ser intuitivo, consulto um dicionário de Língua Portuguesa (o da Academia, pois claro) para me certificar se o vocábulo existe só na minha cabeça ou em toda a parte. Encontro «desestruturar», o que já não é nada mau, (v. fazer perder ou perder a disposição, a ordem lógica de acordo com um plano, uma forma, um sistema), e «destruturar», (v. fazer perder a organização ou coesão internas). Dos dois verbos em questão, apenas «a acção de destruturar» evolui para um singular feminino: «destruturação». Isto deixa-me piurço a pensar por que raios funcionará para uma e não para outra. Consulto depois o Houaiss —os brasileiros são gajos pragmáticos— e afinal está lá: «desestruturação. s. f., acção ou efeito de desestruturar(-se) 1. desfazimento de estrutura, sustentação, organização; desordem, desorganização 2. p. ext., perda do referencial; perturbação (desestruturar + ção).»

O fenómeno da língua viva manifesta-se por aqui. Sorrateira e inconscientemente. Ou por alguma razão que desconheço a minha cabeça devia estar no Brasiu.

17.3.09

a alma siciliana e o homem de Kaos

'Esta Noite Improvisa-se' (1930), de Luigi Pirandello, com a confusão em palco povoada de desestruturações, rupturas, gritos, sobreposições, discussões, agressões e calúnias, é a par de uma revolução teatral um irónico reflexo da alma siciliana. Mas vendo a peça em português, (pelos Artistas Unidos), não consigo deixar de imaginar o que será vê-la no seu original em italiano. Apurará concerteza com certeza o requinte de malvadez idealizado pelo homem que nasceu num vilarejo siciliano com o improvável nome de Kaos. Toponímia que se mostrou, como aliás se nota, deveras adequada à obra do dramaturgo.

postcards from the suburbs

'Yours Truly, Postcards from the Suburbs', explora a imagética suburbana norte-americana. É um exercício reflectivo sobre uma iconografia específica, quasi-implícita e amplamente reconhecível no imaginário colectivo. Como um postal-ilustrado que capta um determinado ícone — geográfico, histórico ou pitoresco-regional — as fotografias apresentadas assumem-se igualmente como «colectoras de ícones». No entanto, fazem-no debaixo da assunção paradoxal de estes não serem objectos notáveis, como por exemplo o é uma «montanha», uma «igreja» ou um «monumento», mas sim objectos comuns e seriados.

'Yours Truly, Postcards from the Suburbs' estará patente ao público de 17 de Março a 11 de Abril na Galeria Pedro Serrenho Arte Contemporânea, em Campo de Ourique, Lisboa.

16.3.09

Narcotics, abortions, or were you by any chance a medic for the gang boys in some hot Eastern city?

O hardboiled detective Philip Marlowe em 'The Little Sister', (1949) de Raymond Chandler, edições Ballantine Books; para a pergunta do Sérgio Lavos. Apesar de já por aqui ter mencionado a quinta frase completa da página 161 da leitura actual a outra pessoa há algum tempo, (um ano ou assim), esta é uma daquelas respostas que está constantemente em mutação pois estamos sempre a ler coisas diferentes. Embora, e mesmo sendo este um apontamento supérfluo à essência da pergunta, deva acrescentar que por vezes há leituras que levam bem mais tempo do que isso. No meu caso a 'Bíblia' é precisamente um bom exemplo, visto que em quinze anos ainda não passei do Antigo Testamento.

13.3.09

a ferro e fogo

E como um herpes ou qualquer outra porcaria na pele que ataca quando estamos em baixo, também as recordações de merda se aproveitam das nossas momentâneas fraquezas de espírito. Talvez por isto te reveja agora até à exaustão, dia e noite, em tangos canalhas nos bares do sul, onde as luzes ténues disfarçavam sussurros transpirados com desconhecidos. O teu olhar cruel; sobretudo isso. Gravado a ferro e fogo.

11.3.09

Gordon mata Clark

Imagens de 'Tulsa', de Larry Clark; (o da direita)

no dona maria segunda

Enquanto levantava os bilhetes para o 'Esta Noite Improvisa-se', do Pirandello com encenação de JSMelo, reparei no programa para o resto da temporada. 'Miss Julia', do maníaco-depressivo Strindberg e 'August: Osage County', de Tracy Letts, o tal ideal para um Dia de Graças. Faz sentido. Teatro Burguês num teatro burguês.

9.3.09

copyright image: Larry Clark, from 'Tulsa'

Enquanto cineasta, as preocupações de Larry Clark nos anos noventa centravam-se maioritariamente nos reflexos de uma sociedade densa, urbana, agressiva e alienada nos adolescentes. Sendo a adolescência um marco transformativo, iniciático e experimental, Clark debruçou-se sobre a procura da identidade sexual, o uso de drogas, a violência física, a vulnerabilidade psicológica e a erosão do núcleo familiar neste período. Com base nesta abordagem, para uma melhor compreensão da obra cinematográfica de Larry Clark há que ir mais atrás no tempo e começar duas décadas antes pela fotográfica. Embora sendo duas perspectivas diferenciadas, as suas publicações 'Tulsa' [na imagem] (1971) e 'Teenage Lust' (1983) antecipavam já aquilo que viria a ser a sua temática no cinema. Em 'Teenage Lust', Clark joga com imagens intimistas e explícitas de um universo adolescente e errático —algumas delas visualmente re-interpretadas nos seus filmes. Porém, é 'Tulsa' o trabalho magno e original do norte-americano. Neste livro Clark revela um quotidiano de drogas duras, sexo colectivo e armas-de-fogo de um grupo de jovens adultos na provinciana cidade de Tulsa, Oklahoma. Um conjunto de imagens cruas que detém uma particularidade: Clark, sendo o fotógrafo, é igualmente uma das suas próprias personagens. Desta forma abriu as portas para um novo método de documentário fotográfico pós-moderno, urbano, decadente, marginal e íntimo no qual o autor faz igualmente parte do objecto de registo. Depois dele vieram Nan Goldin, Boris Mikhailov ou a recente Jessica Dimock.

4.3.09

outro exemplo

Ainda sobre as possíveis condições asfixiantes da criação literária, embora diferente da enumerada no caso de Joseph Conrad, lembremo-nos de outro exemplo. A personagem 'O Jovem', de 'A Noite Canta os seus Cantos' do dramaturgo norueguês Jon Fosse. Vítima de um marasmo criativo e de um desinteresse editorial, chegou ao jovem escritor primeiro a misantropia, depois a apatia e por último um valente par de cornos antes do suicídio final. Agora, mesmo sendo este um exemplo fictício, se isto não é uma asfixiante condição da criação literária então não sei o que será.

experimentemos em inglês, o que faz todo o sentido

Numa colectânea de ensaios, ('Essays on Remarkable Photographs', Aperture, 2005), Domenic Willsdon, dissertando sobre a conhecida 'Aegean Sea, Pilíon' de Hiroshi Sugimoto, refere que os títulos têm a capacidade de apelar a outras histórias que a própria imagem não incorpora. No caso da fotografia em questão, um mar tranquilo e deserto em dia de nevoeiro no qual desaparece a linha do horizonte, o ensaísta, unicamente através do título, remete-nos para uma determinada leitura subliminar: mitológica e cultural, geográfica e histórica. Sabendo de antemão esta importância rotular em detrimento do paradoxal sem título, preparo há já algum tempo doze títulos para doze imagens. Dado o objecto no qual elas incidem ser suburbano, vulgar e prosaico, neste momento todos os pensados me soam a originais pimba. E o pior de tudo isto é que o soberbo 'Querido Mês de Agosto' já tem dono. Por duas vezes.

3.3.09

não te preocupes Marcello,

Marcello Mastroianni, no set de 'Ieri, Oggi, Domani', a olhar para o decote de Sophia Loren

que esfregaríamos todos.
As mãos, obviamente.

o Molière que há em mim

Desperto-me relativamente cedo pois não sou do género de o fazer tarde, axioma que repito a mim mesmo e a todos os demais; ou pelo menos tão tarde como comparativamente me deito, conclusão que em prol da verdade acabo sempre por acrescentar.

2.3.09

de escrever

Joseph Conrad só escreveu o que escreveu porque o viveu. Mas também só o escreveu porque já não podia vivê-lo mais. Assim é a Literatura, por vezes elevada a tão asfixiante condição.

o caso



Imaginemos o caso. Como um exemplo prático para uma metodologia a seguir. E depois disso pensaríamos — e daríamos as Graças — que seria inexistente a ulterior convivência com os hipócritas, cobardes e pedantes que geralmente transbordam a sua «grandiloquência» para as vidas alheias. Mas seria um erro. Mudar tudo, como o homem que foi Mattia Pascal, não leva necessariamente a lado nenhum. A mediocridade de carácter, alma ou espírito, como se sabe, está por toda a parte. Molière, mais uma vez, também já falava nisso.