27.3.09

voyage autour de mon quartier

Ao viver actualmente numa paralela à Av. da Liberdade a minha vida distribui-se pela oferta local. Do Cabaret Maxime à Crew Hassan, da Cinemateca ao D. Maria II, da papelaria internacional do elevador da Glória ao jogging pelo Parque Eduardo VII. Estico-me até ao Chiado, quanto muito, e por vezes um pouco mais até à Bica, é verdade, tal como também não deixo de correr na margem do Tejo até Belém de vez em quando se me lembro. Mas o que me ocorre é que de todos os sítios por onde tenho vivido — do Restelo à Ajuda, da Gràcia ao Born, do Harlem ao Upper West, da East Village a Williamsburg — não deixei nunca de ser um bairrista preguiçoso. Ou se quisermos ser mauzinhos, assim como uma espécie de Henry Louis Mencken, podemos dizer que tamanha inércia para sair do bairro não é mais do que um reflexo do provinciano que há em mim. E alentejano, ainda por cima. O que pondo as duas coisas ao lado uma da outra nos leva ao conhecido ditado popular junta-se assim a fome à vontade de comer.