experimentemos em inglês, o que faz todo o sentido
Numa colectânea de ensaios, ('Essays on Remarkable Photographs', Aperture, 2005), Domenic Willsdon, dissertando sobre a conhecida 'Aegean Sea, Pilíon' de Hiroshi Sugimoto, refere que os títulos têm a capacidade de apelar a outras histórias que a própria imagem não incorpora. No caso da fotografia em questão, um mar tranquilo e deserto em dia de nevoeiro no qual desaparece a linha do horizonte, o ensaísta, unicamente através do título, remete-nos para uma determinada leitura subliminar: mitológica e cultural, geográfica e histórica. Sabendo de antemão esta importância rotular em detrimento do paradoxal sem título, preparo há já algum tempo doze títulos para doze imagens. Dado o objecto no qual elas incidem ser suburbano, vulgar e prosaico, neste momento todos os pensados me soam a originais pimba. E o pior de tudo isto é que o soberbo 'Querido Mês de Agosto' já tem dono. Por duas vezes.
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