a assimilação da «desestruturação»
Ao reler o post anterior fico com algumas dúvidas quanto à palavra «desestruturação». De qualquer forma, mesmo sabendo que para quem o leia o seu significado possa ser intuitivo, consulto um dicionário de Língua Portuguesa (o da Academia, pois claro) para me certificar se o vocábulo existe só na minha cabeça ou em toda a parte. Encontro «desestruturar», o que já não é nada mau, (v. fazer perder ou perder a disposição, a ordem lógica de acordo com um plano, uma forma, um sistema), e «destruturar», (v. fazer perder a organização ou coesão internas). Dos dois verbos em questão, apenas «a acção de destruturar» evolui para um singular feminino: «destruturação». Isto deixa-me piurço a pensar por que raios funcionará para uma e não para outra. Consulto depois o Houaiss —os brasileiros são gajos pragmáticos— e afinal está lá: «desestruturação. s. f., acção ou efeito de desestruturar(-se) 1. desfazimento de estrutura, sustentação, organização; desordem, desorganização 2. p. ext., perda do referencial; perturbação (desestruturar + ção).»
O fenómeno da língua viva manifesta-se por aqui. Sorrateira e inconscientemente. Ou por alguma razão que desconheço a minha cabeça devia estar no Brasiu.
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