6.9.07

o melhor de tudo; segundo Dorothea

Continuo a leitura de 'The Deer Park' e desta forma o acesso a um fiel retrato da América de Mailer. Na sua galeria de personagens encontramos casos - que chegam a ser estereótipos - como o de Dorothea por exemplo: cantora de clubes nocturnos reformada e com uma reputação algo respeitável, actriz de ocasião, antiga show-girl e provavelmente call-girl também, diziam. Aos dezoito teve um caso com um príncipe europeu do qual teve um filho ilegítimo e anos mais tarde o seu grande romance trágico apareceu na pele de um aviador que morreu posteriormente durante a guerra. Casou três vezes e do último marido disse que se lembra menos dele do que muitos affairs de uma noite. No momento em que o narrador a encontra tem cerca de sessenta anos e vive rodeada de admiradores na sua casa apelidada de 'A Ressaca'. Da experiência sofrida no romance efémero com o aviador nasceu-lhe a máxima que 'o melhor de tudo é quando algo bom não tem tempo para estragar-se'.