Anton Corbijn, o fotógrafo do rock, do punk, da pop e até do jazz, realiza 'Control' (2007), um biopic de Ian Curtis. O filme percorre os tempos anteriores à criação dos Joy Division, a posterior ligação do grupo à Factory Records e culmina, naturalmente, com o suicídio de Curtis. Tony Wilson também por lá anda. Não entrando no mesmo campo que o filme de Winterbottom, explorando o zeitgeist manchesteriano, o que interessou a Corbijn, (e fê-lo com base na biografia da mulher de Curtis), foi a luta interior do vocalista, dividido entre o seu casamento precoce (aos 19 anos) e um affair extraconjugal. A pressão das duas relações acumula-se à exigência que o progressivo sucesso dos Joy Division lhe impõe e à sua fragilidade física (Curtis era epiléptico). Até ao ponto, como ele próprio afirma, em que perde o controlo. Aos 23 anos, depois de ver 'Stroyzek' de Werner Herzog, Ian Curtis enforcou-se na cozinha da sua casa.
Filmado a preto e branco e com apenas um tracking shot em todo o filme. Não é a câmara que persegue as personagens mas são estas que se movimentam dentro do campo visual, da moldura estática. Fica assim a ideia - não fosse Corbijn um fotógrafo de fundo - que estamos perante uma história contada através de fotografias.
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