14.11.07



Sempre disse que as minhas referências na adolescência (e não só) são tudo menos minimamente aceitáveis, social ou intelectualmente. Vão dos autores originais do noir, como Hammet ou Chandler, aos mestres da pulp-fiction, como Cheney, Gruber ou Spillane. Depois há outras soltas, também nessa fase da minha vida, como Jean Lartéguy e os seus 'Mercenários' ou as odisseias sofridas dos livros de Jack London. Aos poucos fui formando o meu carácter de homem-social suportado pelos anti-heróis solitários, por aqueles que sabem que o combate nunca é justo; que os canalhas vivem ao lado. Os mais velhos, sentindo a tendência explosiva daqueles anos de corrécio inadaptado, alertavam-me para os perigos do marialvismo, da vida boémia, das brigas de rua. Serviram assim, esses breves anos da adolescência, como a minha 'Segunda Educação Sentimental'.