12.5.08

do cinema e do fascismo

'Scipio Africanus' (1937) é o maior exemplo das superproduções fascistas como actos de propaganda: o cinema como a arma mais forte evoca a superioridade nacional, o militarismo e o heroísmo masculino. O filme, de carácter histórico, explora as conquistas romanas em África durante a Segunda Guerra Púnica e a vitória de Cipião o Africano sobre os exércitos de Aníbal. Mas a mensagem subliminar refere-se ao paralelismo de eventos e ideais entre Cipião e Mussolini e entre a Batalha de Zama e a invasão e conquista da Etiópia em 1935.

É dito que quando Mussolini visitou o local das filmagens os cerca de 6000 figurantes adularam-no com gritos de 'Duce, Duce' e a saudação fascista.

A semana passada Gianni Alemanno, o antigo neo-fascista enfant-terrible, venceu as eleições para o novo mayor de Roma. À semelhança de Mussolini Alemanno tenta agora uma promoção do cinema italiano bloqueando o Festival de Roma, a produção de Hollywood e as suas estrelas. No dia da sua vitória a multidão juntou-se na rua com gritos de 'Duce, Duce' e a saudação fascista.

A História repete-se continuamente a si mesma.