9.5.08

o cinema é a arma mais forte

No final da década de 1920 Pirandello criticava o aparecimento do cinema sonoro como uma manifestação de uma vulgar cultura americana que resultava antiética perante o Teatro e a Arte. Mesmo assim, Mussolini foi tolerante em relação ao som e à hegemonia de Hollywood; em parte devido à ligação dos emigrantes italianos na América, em parte devido ao entretenimento das massas pois a indústria cinematográfica americana assegurava cerca de 70% dos lucros de bilheteira em Itália.

No entanto a tolerância terminou em 1936, ano em que o ditador criou a autarchia, uma doutrina de auto-suficiência nacional a vários níveis; cinema incluído. No ano seguinte inaugurou os estúdios da Cinecittà, palco para superproduções propagandistas fascistas, baseado no lema 'Il cinema è l'arma più forte'.

Oito anos e quase trezentos filmes depois os Aliados bombardearam totalmente as instalações. "O cinema é a arma mais forte?" Eles também sabiam isso.