uma história de Maio
Que começou no ano antes da Revolução. Quando um grupo de jovens adultos se encontrava aos finais de tarde num café de esquina da Rua dos Caetanos, ao Bairro Alto, ou nas salas da Escola de Teatro do Conservatório Nacional e decidiu escrever o seu próprio destino baseado nos valores em que acreditava.
Depois a Revolução trouxe-lhes finalmente a liberdade que esperavam e a possibilidade de concretizarem o sonho utópico da igualdade social; aquela que vinha em livros e que outros homens e mulheres reivindicavam pela Europa fora. Eram novos e enérgicos e a eles lhes chegavam as notícias de uma ideia em marcha, de um movimento social que levaria a cultura à província, aos desterrados da capital: a Descentralização do Teatro. Agruparam-se aos poucos; uns vindos do Exílio no Estrangeiro, outros do Norte e das Ilhas, outros da cidade de Lisboa. Posteriormente rumaram para a Beira Alta e para o Alentejo, os palcos da sua acção.
Também eles, como todos antes deles e de todos os quadrantes políticos, entenderam o poder da imagem como a arma mais forte. No ano de 1975 o Centro Cultural de Évora, formado por parte desse grupo de jovens actores conduzidos por um veterano, usando o "Teatro como a arma mais forte" e como um veículo de intervenção e crítica social, estreava 'A Noite de 28 de Setembro', a peça teatral de Richard Demarcy sobre a Revolução de Abril.
Imagino-os agora naqueles tempos, de cabelos fartos e roupas largas, utópicos, sonhadores, ideólogos de esquerda, voluntários revolucionários das causas culturais. Vejo-os todos juntos, na arcada do antigo teatro, como se para uma fotografia esbatida olhasse. E por isso mesmo, acrescento agora, este texto é para o meu Pai; que também está algures lá na fotografia.
Depois a Revolução trouxe-lhes finalmente a liberdade que esperavam e a possibilidade de concretizarem o sonho utópico da igualdade social; aquela que vinha em livros e que outros homens e mulheres reivindicavam pela Europa fora. Eram novos e enérgicos e a eles lhes chegavam as notícias de uma ideia em marcha, de um movimento social que levaria a cultura à província, aos desterrados da capital: a Descentralização do Teatro. Agruparam-se aos poucos; uns vindos do Exílio no Estrangeiro, outros do Norte e das Ilhas, outros da cidade de Lisboa. Posteriormente rumaram para a Beira Alta e para o Alentejo, os palcos da sua acção.
Também eles, como todos antes deles e de todos os quadrantes políticos, entenderam o poder da imagem como a arma mais forte. No ano de 1975 o Centro Cultural de Évora, formado por parte desse grupo de jovens actores conduzidos por um veterano, usando o "Teatro como a arma mais forte" e como um veículo de intervenção e crítica social, estreava 'A Noite de 28 de Setembro', a peça teatral de Richard Demarcy sobre a Revolução de Abril.
Imagino-os agora naqueles tempos, de cabelos fartos e roupas largas, utópicos, sonhadores, ideólogos de esquerda, voluntários revolucionários das causas culturais. Vejo-os todos juntos, na arcada do antigo teatro, como se para uma fotografia esbatida olhasse. E por isso mesmo, acrescento agora, este texto é para o meu Pai; que também está algures lá na fotografia.
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