a midnight valium for a good night sleep
Reforça Borges, em 'Siete Noches', que nas 'Mil e Uma Noites, os Contos de Sherazade' há fortes ecos do Ocidente que se infiltraram na oralidade oriental. Sinbad 'o Marinheiro', magno herói da epopeia popular persa, não é mais do que um avatar de Ulisses, o errante rei de Ítaca. Ainda sobre o mesmo tema o escritor argentino menciona os confabulatores nocturni, homens misteriosos que à semelhança de Sherazade —embora com diferentes propósitos— relatavam contos durante a noite. Ao que parece, o primeiro homem a reunir estes confabulatores nocturni foi Alexandre da Macedónia, utilizando-os precisamente como distracção perante as insónias.
Relembro-me da praça Jemaa El Fna em Marraquexe, Património da Humanidade pela Oralidade, cujo nome significa 'Assembleia dos Mortos', onde ainda hoje é possível ver os contadores de histórias distraírem pequenas multidões depois de o sol cair.
No fundo, os confabulatores nocturni são o Valium da pré-modernidade. Que se escreva isso lá nas sebentas da Clássica.
Relembro-me da praça Jemaa El Fna em Marraquexe, Património da Humanidade pela Oralidade, cujo nome significa 'Assembleia dos Mortos', onde ainda hoje é possível ver os contadores de histórias distraírem pequenas multidões depois de o sol cair.
No fundo, os confabulatores nocturni são o Valium da pré-modernidade. Que se escreva isso lá nas sebentas da Clássica.
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