os despojos da vida
Revejo as caixas seladas com fita adesiva; as dos livros, as que contêm a roupa de casa e um par delas com os casacões de Inverno. O espaço agora parece maior, mais luminoso, de paredes brancas despojadas dos postais e fotografias, apenas com os caixotes castanhos de papelão e um par de malas pretas gigantes a um canto ao pé da porta; há também algumas peças de mobiliário, macabramente embrulhadas em plástico negro. No bolso tenho a direcção de um armazém em Brooklyn que aluga parcelas de quatro metros cúbicos para arrumos por sessenta dólares ao mês. Abro a porta da rua e assobio, como nos filmes, ao próximo táxi que passar.
Para Brooklyn, se faz favor, antes de a noite cair.
Para Brooklyn, se faz favor, antes de a noite cair.
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