naked city
O termo surgiu inicialmente utilizado pelo fotógrafo Arthur 'Weegee' Fellig no título do seu livro 'Naked City, The Secret Life of New York' em 1945. Este trabalho de Weegee, um fotógrafo social e sensacional, abriu ao cidadão comum as portas de um submundo de crime e violência nova-iorquino. Weegee percorria a cidade de noite —o graveyard shift— na sua carrinha-estúdio, registando os casos de assassínio, suicídio, acidente ou abusos domésticos com base nas informações frescas da sua rede de agentes de polícia e funcionários de hospitais. A violência das suas imagens — ou como escreveu Sontag, a imagem da cidade como um palco de calamidade — denunciava a crueldade humana e a solidão pessoal na grande metrópole. Na visualização do seu trabalho comprende-se claramente uma ode ao grotesco e à barbaridade, expondo a obscuridade da condição humana lado a lado com a Morte. Não é de estranhar, por tudo isto, que o seu trabalho influenciasse posteriormente outros fotógrafos: Diane Arbus, obviamente, mas também Cindy Sherman por exemplo.
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Três anos depois da exposição chocante de Weegee sobre o submundo de violência nova-iorquino, Jules Dassin realizava 'Naked City' antes da partida para o exílio europeu. No início do filme, numa narração em voz-off do produtor Mark Hellinger, é explicado aos espectadores que 'Naked City' é ligeiramente diferente de todos os outros filmes por eles conhecidos; é uma história sobre um determinado número de pessoas e sobre a própria cidade dessas pessoas também. Em parte inspirado pelo neo-realismo italiano e pelo seu estilo documental, este filme de características noir sobre a investigação de um homicídio é totalmente filmado em cenários reais; interiores e exteriores. Também os figurantes são os mesmos cidadãos nova-iorquinos que todos os dias enchem as ruas, o metro, as lojas e a plataforma da ponte de Williamsburg. Numa lógica documental o filme demonstra ainda, e usando as palavras de Hellinger, a pulsação nocturna de uma cidade; as rotinas matutinas de abastecimento e logística e os movimentos pendulares nos transportes urbanos.
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'Naked City', um livro negro. 'The Naked City', um docu-noir.
Ou a diferença entre a realidade e Realismo.
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Três anos depois da exposição chocante de Weegee sobre o submundo de violência nova-iorquino, Jules Dassin realizava 'Naked City' antes da partida para o exílio europeu. No início do filme, numa narração em voz-off do produtor Mark Hellinger, é explicado aos espectadores que 'Naked City' é ligeiramente diferente de todos os outros filmes por eles conhecidos; é uma história sobre um determinado número de pessoas e sobre a própria cidade dessas pessoas também. Em parte inspirado pelo neo-realismo italiano e pelo seu estilo documental, este filme de características noir sobre a investigação de um homicídio é totalmente filmado em cenários reais; interiores e exteriores. Também os figurantes são os mesmos cidadãos nova-iorquinos que todos os dias enchem as ruas, o metro, as lojas e a plataforma da ponte de Williamsburg. Numa lógica documental o filme demonstra ainda, e usando as palavras de Hellinger, a pulsação nocturna de uma cidade; as rotinas matutinas de abastecimento e logística e os movimentos pendulares nos transportes urbanos.
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'Naked City', um livro negro. 'The Naked City', um docu-noir.
Ou a diferença entre a realidade e Realismo.
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