bone lonely, obra ao negro
'Bone Lonely', um conjunto de 32 (ou 33?) fotografias a preto e branco —pequenas, sujas, escuras e cheias de grão— de Paulo Nozolino, dá o título à exposição. Nestas imagens dispersas, espacial e cronologicamente, o autor agrupa elementos essenciais e característicos da sua visão particularmente enegrecida e pessimista do mundo. Nozolino (1955, Lisboa) percorre o lado obscuro das cidades e da sociedade, registando texturas, sombras humanas, rostos anónimos, vazios urbanos, despojos domésticos.
Encarna o papel do observador invisível, ele próprio uma terceira sombra, que capta a memória e os momentos daquilo e daqueles que nada de sedutor exercem no imaginário global das chamadas sociedades desenvolvidas e assépticas. Nozolino denuncia uma podridão latente e escondida, sendo a «escondida» por vezes visível e ignorada, e reforça assim a solidão de um mundo marginal —físico e abstracto. Mas não é o acto de denúncia o veículo condutor do seu trabalho; este é apenas uma consequência da sua auto-exorcização enquanto homem, da sua procura pela Beleza & Horror entre a decadência e a banalidade.
Acoplada a Nozolino está a aura do fotografo incondicional, do caminhante errático para o qual a «viagem» é a indissociável parte do processo. E uma vez mais, como ele próprio comenta, é no vazio de quartos de hotel que revisita os seus medos e erros. Talvez por tudo isto o que vemos em Paulo Nozolino é também um bone lonely, um esqueleto solitário.
Encarna o papel do observador invisível, ele próprio uma terceira sombra, que capta a memória e os momentos daquilo e daqueles que nada de sedutor exercem no imaginário global das chamadas sociedades desenvolvidas e assépticas. Nozolino denuncia uma podridão latente e escondida, sendo a «escondida» por vezes visível e ignorada, e reforça assim a solidão de um mundo marginal —físico e abstracto. Mas não é o acto de denúncia o veículo condutor do seu trabalho; este é apenas uma consequência da sua auto-exorcização enquanto homem, da sua procura pela Beleza & Horror entre a decadência e a banalidade.
Acoplada a Nozolino está a aura do fotografo incondicional, do caminhante errático para o qual a «viagem» é a indissociável parte do processo. E uma vez mais, como ele próprio comenta, é no vazio de quartos de hotel que revisita os seus medos e erros. Talvez por tudo isto o que vemos em Paulo Nozolino é também um bone lonely, um esqueleto solitário.
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