10.1.09

A Sibila

Bastou-me chegar ao final do Capítulo I para perceber que não vale a pena continuar a dobrar os cantos às páginas, um velho vício do qual sofro para marcar algo relevante na leitura. A escrita de Agustina Bessa-Luís é singularmente poderosa, sendo por conseguinte difícil escolher algumas passagens em detrimento de outras. Passando a hipérbole, todas as linhas são notavelmente pungentes na dissecação e na análise da condição humana e dos mecanismos da mente e espírito, suportadas por uma astuta capacidade de distanciamento e observação; mesmo que —como é o caso de 'A Sibila' desenrolada maioritariamente num ambiente rural— remetidas para um espaço físico e temporal tão distante da hipermodernidade que geralmente me assombra.