23.4.09

the lower part

Nuberu bagu, ou a Nouvelle-Vague japonesa, como todas as novas vagas revolucionou e questionou o medium. Técnica e conceptualmente. A par de Oshima e Suzuki, os que conheço melhor, há um outro nome que me desperta um particular interesse no meio de todos os outros: Shohei Imamura. Treinado na escola do drama burguês (e maioritariamente feminino) de Ozu —do qual foi aprendiz— e numa estética de câmara minimalista e equilibrada, Imamura rompeu com os seus pressupostos iniciais interessando-se pelo bas-fond de Tóquio e Osaka e pelas suas personagens de putas, proxenetas e pornógrafos. Os seus filmes são sujos e provocadores. Resta dizer que um homem que afirmou estar interessado "na relação da parte inferior do corpo com a parte inferior da estrutura social" só podia mesmo ter toda a minha simpatia.