as termas de akitsu
De 'As Termas de Akitsu' (Akitsu Onsen, 1962), de Yoshishige Yoshida, podemos dizer que é sobretudo um drama romântico. No final da guerra, Shinko, ainda adolescente, conhece um militar tuberculoso e torna-se a sua enfermeira. Eventualmente ele cura-se e entretanto apaixonam-se; mais tarde ele parte, abandonando-a. O seu regresso às termas de Akitsu e a Shinko é esporádico e conturbado nos 17 anos seguintes. A história culmina numa poderosa cena dramática do suicídio de Shinko, já uma mulher madura, perante o desespero de um homem que em tantos anos nunca soube o que quis.
É-me difícil encaixar 'Akitsu Onsen' no contexto da Nova Vaga Japonesa. O ambiente de pós-guerra e de múltiplas mutações sociais torna-se quase supérfluo à narrativa. Pouco interessa e nada é explorado. O que parece realmente interessar a Yoshida é a história de amor numa esfera de tranquilidade burguesa; a mutilação sentimental e o sofrimento pela desilusão. Uma luta a dois; de caracteres e de força interior. Em nenhum momento se sente uma incursão a temas como a violência física gratuita, o sexo mecanizado, a reivindicação política ou a personagens de uma marginalidade social. Talvez por isto sinta que 'Akitsu Onsen' pertence menos a uma nova vaga do que à anterior (e paralela) escola clássica, dramática e humanista do cinema japonês. O que não invalida ser um grande filme.
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