esplendor na relva
Nos anos anteriores à minha partida para o estrangeiro, a Cinemateca, mesmo durante os largos meses em que por motivo de obras as projecções eram no Palácio Foz nos Restauradores, era já um dos meus locais de eleição. Guardo inclusive, e religiosamente, os papéis-craft da programação de Janeiro de 2001 a 2006, que por volta do ano 2002 sofreram uma ligeira alteração no design gráfico. Para melhor, pareceu-me. Guardo todos os meses, salvo um; por causa de uma antiga namorada que o rasgou na Avenida de Roma em frente ao Frutalmeidas. De todos estes anos, para além de filmes e ciclos, também me recordo dos textos fotocopiados que acompanhavam as projecções. Textos construídos em volta de uma paixão pelo medium; histórica e conceptual. Textos que me ajudaram a ver o então invisível, a compreender o (muitas vezes) incompreensível. Textos que elevavam os detalhes, os pequenos-nadas e revelavam aquilo que aprendi a procurar e respeitar como a outra face do cinema. Textos de João Bénard da Costa.
Quando há pouco conversava com o meu Pai sobre a morte de JBC compreendi verdadeiramente a dimensão do seu alcance pedagógico intergeracional. Foi seu professor no Conservatório de Lisboa nos anos 1970, fiquei a saber. De História da Cultura, acrescentou.
Pelos seus textos, foi meu também. Trinta anos depois.
Quando há pouco conversava com o meu Pai sobre a morte de JBC compreendi verdadeiramente a dimensão do seu alcance pedagógico intergeracional. Foi seu professor no Conservatório de Lisboa nos anos 1970, fiquei a saber. De História da Cultura, acrescentou.
Pelos seus textos, foi meu também. Trinta anos depois.
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