20.10.09

jody rolled the bones

Um narrador melancólico remete-nos, na primeira pessoa do singular, para a experiência de um pelotão formado por pós-adolescentes durante a recruta militar. Os tempos são de guerra (1944, ficamos a saber) mas como o próprio afirma esta já não é uma novidade. O que é novidade para este grupo de imberbes é a figura do sargento Reece, o responsável pela transformação de vadios em homens, máxima moral e universal do recrutamento. Reece é um homem magro, esguio e calmo — não exactamente o que se esperaria que um sargento fosse, acrescenta — e aos poucos demonstra que pode ser igualmente cruel e draconiano. Contudo, debaixo das suas ordens há um sentido de justiça que lentamente torna o inexistente entusiasmo do grupo de jovens em «cooperação». Reece consegue essa transformação pelo respeito e admiração que provoca com o seu exemplo e não pelo terror ou superioridade hierárquica que poderia exercer. He led by being excellent, é assim que o narrador coloca as coisas. Por esse «exemplo» juntam-se todos no objectivo ulterior: prepararem-se homens para a guerra. No entanto, a um dado momento, Reece é afastado para outra unidade. Quem o substitui é fraternal, companheiro, jocoso e conivente com o descrédito da instituição militar. Os quase-homens voltam a miúdos, o objectivo perde-se entre escárnio e ociosidade. Então de repente questionamo-nos como encaixa esta história em 'Eleven Kinds of Loneliness'. Uma história que relata o crescimento do sentido de camaradagem & união e um ritual de passagem no plural. O esprit des corps não é em nada relacionado com a solidão. Como resposta centramo-nos em Reece: exemplar, temível, distante, inflexível e justo para quem merece.

Quem comanda bem estará sempre invariavelmente só.