11.1.10

7.35am

Não há muita gente na rua ao nascer do sol. Talvez por isso seja a minha hora preferida para correr. Um momento espiritual, se é que assim se pode chamar. No ritmo das passadas e da respiração, o frio desaparece do corpo e a realidade vai ganhando contornos esfumados, transformando-se num cenário distante. O sol aparece no horizonte do rio e cumprimentamo-lo de forma familiar. As indústrias começam a expelir os primeiros fumos da manhã da mesma forma que nós o fazemos com os últimos da noite anterior. A purga, como tantas outras coisas, vem sempre com sacrifício. Contudo, no sacrifício também pode haver prazer.