voici les temps des précipitations
Rosa não partiu por antecipação a Paul, por pressentir que ele o faria antes de si. Partiu sim por julgar que Paul — numa repentina e inexplicável ausência — já o fizera, abandonando-a às memórias de um (breve) quotidiano a dois. Mas Paul fora uma vítima das circunstâncias, essas partidas do Acaso, e estava ainda na cidade a recuperar de um esfaqueamento no peito. Na semana que o marinheiro suíço passou no hospital, anónimo e isolado, Rosa emigrou, deixando para trás o cenário insuportável e supostamente vazio da sua paixão. Paul procurou-a quando saiu, apenas para descobrir que ela já estava por França, sem morada ou paradeiro. É esta a particularidade do final do filme de Tanner: o desencontro vindo de uma acção precipitada sobre um contexto que mais tarde se mostra errado. São tantas as pressas e os medos que fica sempre tudo perdido. Muito antes do tempo.
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