a última ceia
Hoje não neva. Este ano ainda não nevou grande coisa. As ruas não parecem o postal ilustrado típico da quadra. Mas a multidão está ao rubro, energética. Sente-se nela o tal êxtase da amontoação conjunta que descreve Baudrillard. Uma agitação animalesca, um nervoso miudinho colectivo. Centenas, milhares; todos num fluxo frenético de última hora. Como se o mundo acabasse noite dentro e a hora do nascimento de Cristo, que morreu por todos, fosse a da última ceia dos que a ele sobreviveram.
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