19.4.11

o futurismo do instante

Em 'The Futurism of the Instant, Stop-Eject', (2009), tradução inglesa do seu penúltimo ensaio, Paul Virilio expõe através de ramificações e conclusões que os seus (hiper) conceitos produzem a ideia de «Revolução Portátil», uma consequência da globalização e de um mundo e de quem o habita em movimento que nos coloca num afastamento absoluto das nossas origens e identidade: êxodo, exílio, deportação, emigração. Contudo em Virilio não me interessa tanto a leitura política como me interessa a antropológica. E mesmo assim prefiro ainda lê-lo numa perspectiva menos científica e mais emocional: a exposição dos nossos preconceitos, receios, pudores. A revolução portátil não é assim iminente, como ele acusa. Está presente. Todos somos culpados e vítimas, establishment e revolucionários, já a caminho do derradeiro exílio, aquele onde deixamos de ser tudo e passamos a ser outra coisa qualquer.