8.4.11

shooting ducks

Pensemos em nós, dir-te-ia em primeiro lugar. Sem medos ou pudores e não mais do que outros que com a sua legitimidade também já pensaram neles. Uns aventureiros de Godard, num carro qualquer estrada fora, com uma arma roubada a um homem da lei. Sendo talvez /tu/ a mulher perdida e /eu/ o atirador furtivo que a molda e espera. Uma estrada só nossa, alimentada pela quimera que vemos através um do outro. Shooting ducks, shooting cows, shooting sheeps. Shooting each other, loving each other. No fim, no tal acidente grotesco e rocambolesco escrito nas linhas de um condenado, a Morte. Mas uma morte como um prolongamento de uma vida. Nem a minha nem a tua, morte ou vida. Outra, apenas, a que sempre quisemos e sonhámos e por nada alcançámos. Ainda, dizia o telegrama. Não tinha a manhã sequer chegado.