17.5.11

madrugada

Lá estava, como sempre que foi preciso, o nascer do sol ao longo do rio para acompanhar a minha purga. O ritmo das passadas era marcado pelos trocos soltos no bolso esquerdo do impermeável / cling, clang / que me despertavam de alguma forma do torpor mental / cling, clang / em que me deixara cair durante a corrida frenética / cling, clang / imaginando o teu corpo abandonado e desprotegido / cling, clang / esquecido em cima da cama. Procurei-te depois e não estavas. Ou estavas e não quiseste abrir.