22.7.11

the endless summer (2)

A temperatura que hoje se faz sentir combinada com os altos níveis de humidade e poluição torna este dia no mais sufocante do ano. Há no ar um filtro que transforma os contornos das silhuetas em manchas indefinidas, esbatidas. Pelos passeios, ao contrário do habitual turbilhão, as pessoas movem-se devagar. Os passos são lentos e ofegantes, em câmara-lenta. Como animais ao longe na savana. A logística da cidade também sofre as consequências do calor aterrador: linhas de metro paradas, aparelhos de ar condicionado avariados, máquinas de gelo estoiradas. Tudo derrete e é na subjugação do apparatus tecnológico humano que a cidade revela exactamente o que ela é. Um Inferno.

Refugio-me num cinema de esquina.
Porventura o Purgatório.