10.7.11

le bonheur imprévu (2)

A felicidade plena no universo das preocupações interiores rohmeriano nem sempre acontece. E quando acontece fá-lo de uma forma imprevisível e fugaz, subtil e simbólica — no joelho de Claire, no olhar de Pauline ou no efeito solar de um raio verde testemunhado por Delphine. Gostar de Rohmer para além da sua maturidade estética implica uma outra maturidade. Uma conseguida pelo peso amargo da derrota pessoal, da descoberta da impossibilidade, do fim da inocência. A frágil satisfação, o breve contentamento, o êxtase desmedido na sua proporção provam que Rohmer é território dos vencidos. Talvez por isso um dos meus favoritos.