28.12.11

that kind of

Diana pergunta a Frank se ele a ama. Ele responde-lhe que é uma espécie de amor. Responde-lhe que com uma mulher como ela como pode um homem saber? A resposta é soberba. Frank não mente, é sincero. E consegue igualmente resumir as angústias que um certo tipo de mulher provoca num homem. Diana é filha de um milionário, bela, mimada, caprichosa, insegura e manipuladora. Frank é um homem vivido, ex-piloto de corridas, sem grandes ou nenhumas pretensões para além de criar o seu próprio negócio para o qual poupa trabalhando noite dentro como condutor. Frank e Diana conhecem-se por acidente numa noite em que Frank, de plantão, é chamado na sua ambulância à mansão de Diana. O que acontece a seguir já era um clássico do cinema mesmo antes de Preminger o ter filmado aqui também. Diana fascina-se com a ideia de independência e os ares de masculinidade — e seduz Frank com truques de femme-fatale sofisticada que as mulheres do mundo dele não poderiam nunca igualar. No desenrolar dos eventos Frank apercebe-se do erro e tenta a fuga. Mas o que encontra é antes uma acusação, um julgamento, um casamento forçado. Depois de tudo ultrapassado Frank não desiste de Diana; até ao momento em que tem de o fazer para não desistir dele próprio. Na impossibilidade de ficarem juntos, Diana engana Frank e provoca aquilo que é uma das mais espectaculares quedas do cinema a preto e branco. Morrem os dois. De todo o pó e destroços ficou apenas a memória de Frank. Para que outros homens aprendessem alguma coisa com isso.