1.10.12

the honourable coward

É talvez durante os últimos anos da infância que os primeiros sinais se mostram visíveis aos olhos dos adultos, porventura mais sábios dos que os de uma criança. Ao chegar à adolescência, os defeitos de carácter tornam-se então mais definidos e perceptíveis ao próprio, cuja inocência em declínio tende ainda a ignorá-los e muito menos a encará-los. Durante os anos de amadurecimento do princípio da idade adulta há finalmente um reconhecimento pessoal desses mesmos defeitos e uma consequente luta interior para tentar aniquilá-los num cândido começo ou minimizá-los, num último esforço. Mas a meio dos trinta percebe-se a posição de desvantagem em tentar contornar os desígnios de Deus. E olhamo-nos a sério ao espelho. Os defeitos, melhores ou piores, circulam à nossa volta como um véu; e estão actos passados para provar que todos eles são bem mais reais do que apenas produtos da nossa imaginação ou auto-exigência. Não desistir da sua melhoria parece ser sempre o mais acertado. Mesmo quando o derrotismo é um dos ditos defeitos.