Kathleen. Já escrevi sobre ela outras vezes. E sempre que revejo 'Noites Escaldantes' fico a pensar no que escrevi.
Kathleen Turner foi uma das mulheres mais bonitas dos anos oitenta. Verdade. Lembro-me também de escutar na televisão Carlos Barbosa, nos seus tempos à frente do concurso da Miss Portugal nessa década, dizer que ela, a Kathleen,
foi a mulher mais bonita com quem falara na vida. Não me interessa tanto o que ele acha, mas a verdade é que nos anos oitenta a minha reacção à estética feminina era mais sensível à aura angelical e beleza perfeita da Paulina Porizkova do que à beleza
imperfeita que carrega um forte apelo sensual. Só nos anos noventa, (dos meus catorze aos vinte e quatro anos), troquei a preferência da dita estética angelical pela sensualidade e o erotismo suado encarnados em Kathleen Turner. Nessa altura compreendi que um
glance tem peso de ouro e que um gesto acertado ou um determinado tom de voz podem ser mais pungentes do que um rosto perfeito. A descoberta do Mundo faz-se à medida que crescemos, como se sabe, e o que eu não sabia era que é sempre preferível uma mulher a uma Deusa.
De qualquer forma o
bégan por Katheleen durou apenas até aos vinte e três anos, altura em que vi 'As Virgens Suicidas'. A sex-symbol transformara-se na mãe gorda de quatro adolescentes a viver nos subúrbios e a cena
milf ainda não estava na moda.