31.10.07

o que custa

Ao contrário do que dizem, manter um blogue não custa.
O que custa é manter a vida para além do blogue.

halloween

Hollow weaned.

28.10.07

estado de espírito

Vontade incógnita.

a panaceia masculina



A criação de uma ilusão para suavemente atingir a realidade.
Como Lars, naturalmente.

afinidades (2)

Visitar um museu é como ir ao cinema: é um acto solitário onde dois já são demais. Ou, muito raramente, o número perfeito.

afinidades [ou a (in)compreensão humana]

Baudrillard disse em 'Fragments' que em qualquer ponto que uma pessoa esteja, a sua direcção são os antípodas. Eu digo que em qualquer ponto em que uma pessoa esteja, ao seu lado estão os seus antípodas.

24.10.07

o meu tributo



a Thomas Struth.
(díptico, Metropolitan Museum of Art, NYC, Oct. 2007)

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at the museum

Não gosto de museus grandes. Nunca gostei. Mas visito-os com frequência. Para rever uma peça especifica ou uma determinada colecção. Às vezes distraio-me a ouvir os comentários dos outros.

Nos museus grandes e mediáticos a arte é vista como produtos de supermercado. Para a maioria dos visitantes a Arte Romana é um cacho de bananas e o Barroco o Sonasol.

Muitos visitam museus para dizer que viram e que estiveram. Preferencialmente tiram uma fotografia no acto, junto de alguma peça que seja ulteriormente reconhecível nos seus círculos. Tal serve, como escreveu Sontag, da prova indiscutível perante a família, os amigos e até os vizinhos. A prova de que eles (os que foram) acumularam cultura.

É legítima a observação indignada de alguém que perante uma tela toda branca, ou negra, ou com dois traços, ou um ponto, pergunta que merda é esta? Mas na verdade esquecem-se, ou não sabem, que aquilo que criticam vale pelo que representou num determinado momento e não apenas pelo que é agora.

Os museus grandes e mediáticos são economicamente mais viáveis do ponto de vista da manutenção e mais lucrativos no merchandising. Nos museus grandes as colecções mais importantes servem de âncora, ajudando outras menos mediáticas. Como as galerias medievais, por exemplo, onde todos passam a correr porque lá fora, na rua, as lojas não tardam em fechar.

Afinal são os Girassóis (e não os cravos) os favoritos do Povo.

As excursões aos museus, nos intervalos das compras, representam o expoente máximo da hiper-modernidade: o hedonismo deixou de ser uma vontade, é uma obrigação.

Perguntar que merda é esta? também é arte.

23.10.07



Anton Corbijn, o fotógrafo do rock, do punk, da pop e até do jazz, realiza 'Control' (2007), um biopic de Ian Curtis. O filme percorre os tempos anteriores à criação dos Joy Division, a posterior ligação do grupo à Factory Records e culmina, naturalmente, com o suicídio de Curtis. Tony Wilson também por lá anda. Não entrando no mesmo campo que o filme de Winterbottom, explorando o zeitgeist manchesteriano, o que interessou a Corbijn, (e fê-lo com base na biografia da mulher de Curtis), foi a luta interior do vocalista, dividido entre o seu casamento precoce (aos 19 anos) e um affair extraconjugal. A pressão das duas relações acumula-se à exigência que o progressivo sucesso dos Joy Division lhe impõe e à sua fragilidade física (Curtis era epiléptico). Até ao ponto, como ele próprio afirma, em que perde o controlo. Aos 23 anos, depois de ver 'Stroyzek' de Werner Herzog, Ian Curtis enforcou-se na cozinha da sua casa.

Filmado a preto e branco e com apenas um tracking shot em todo o filme. Não é a câmara que persegue as personagens mas são estas que se movimentam dentro do campo visual, da moldura estática. Fica assim a ideia - não fosse Corbijn um fotógrafo de fundo - que estamos perante uma história contada através de fotografias.

sophie zelmani par anton corbijn



Uma foto pós-moderna.

21.10.07

escolha

Entre 'Martha Quest', de Lessing, e 'The Long Goodbye', de Chandler, comprei o segundo. Nos dias de hoje prefiro o cenário noir a um drama negro.

the american way (2)

Há que tirar-lhes o chapéu. Os americanos têm largesse. Isso, sem dúvida nenhuma, aprenderam com os franceses. Já nós, os portugueses, somos menos requintados. A nossa generosidade de espírito aprendemo-la com os cavalos de parada, ou seja, cagando e andando.

the american way

Só hoje (ou talvez ontem que não fui lá) - quase quinze dias depois de anunciado o vencedor - é que se lembraram de colocar meia dúzia de livros de Doris Lessing com a placa 'Nobel 2007'. Falo da Barnes & Noble da Sexta Avenida. Na da Village ou na Strand nem vi referência alguma. Nada, nicles, népia. Isto por si só não quer dizer muito, talvez apenas que são maus perdedores; o que diga-se de passagem que também não seria uma novidade. A esperada apoteose, (Roth ou Oates), foi adiada um ano. Ou talvez não.

19.10.07

those ghostly traces, photographs

metáfora

‘Permanente rota de colisão’ não implica necessariamente que haja uma colisão. É apenas a metáfora para um statement. Embora por vezes pense que ‘rota de colisão’ afinal não é uma metáfora mas sim um eufemismo.

separados à nascença

Eu e Howard Roarke. (Ambos) em permanente rota de colisão com o mundo.

nyc, geografia urbana

Troco Chelsea por Downtown e o Harlem pelo Upper West Side.
Assim é que é, nada de adjectivos supérfluos à mistura.

18.10.07

a teorização da prática



e a prática da teoria.
O ensaio 'Photographie et Societé', (1974), de Gisele Freund - que embora não seja uma 'História da Fotografia' per se, o é em parte - faz um recorrido sobre as origens do meio no século XIX ate à década de 70 do século XX. A abordagem de Freund conta com dois factores fundamentais que a separam da visão objectiva do historiador: a) uma análise muito pessoal, embora suportada por dados históricos e estatísticos, sobre o impacto da Fotografia na sociedade - a apropriação desta e a posterior metamorfose; e b) parte dessa subjectividade é acentuada por uma experiência real na matéria - a prática suporta a teoria.

Na leitura recente de 'On Photography' (1973), de Susan Sontag, sente-se também explícita a ideia que a Fotografia contribuiu para alterações significativas na sociedade, tal como essas mesmas alterações serviram como catalisadores à transformação do meio. Para além de uma larga referência a um sem número de autores e trabalhos, há reflexões muito interessantes, como por exemplo a correlação da fotografia com o turismo, ou com a sexualidade.

E são estes dois temas, que Freund apenas toca ao de leve, que fazem do ensaio de Sontag uma observação mais actual. Porque ao fim e ao cabo, o turismo e o sexo são, a par do consumismo, os prazeres-catarse da hiper-modernidade.

15.10.07

a prova (de sontag)



Michelle Monaghan:
ou 'o que move as pessoas a tirar fotografias'.

case history (3)

No ensaio de Susan Sontag 'On photography' pode ler-se (e traduzo): Nunca ninguém descobriu fealdade através da fotografia. Mas muitos, através da fotografia, descobriram beleza. Excepto naquelas situações em que a câmara é usada para documentar, ou registar hábitos sociais, o que move as pessoas a tirar fotografias é a busca de algo belo.

case history (2)



'Case History', fotografias de Boris Mikhailov que pertencem claramente ao grupo, segundo Sontag, 'situações em que a câmara é usada para documentar'. Caso contrário, como explicou Kant, teremos de ter presente que a noção de Belo é subjectiva.

case history

Boris Mikhailov, nas suas fotografias de indigentes e loucos, mostra-nos o extremo da condição humana, esse momento no qual já não existe qualquer vestígio de sanidade, dignidade, esperança e lucidez. Martin Parr expõe o oposto, o outro extremo, onde o supérfluo e a ostentação andam lado a lado. E então vemos que também aí, apesar do disfarce, não há qualquer resquício de sanidade, dignidade, esperança e lucidez. São os extremos que se tocam e que no fundo são a mesma coisa, o que muda, naturalmente, é o invólucro.

we own the night

copyright Bruce Davidson,in 'Subway'

'We own the night', agora também o título de um filme, era a divisa da 'Street Crime Unit' nova-iorquina nos anos oitenta; na década em que Nova Iorque era considerada uma das cidades mais perigosas do mundo. Por essa altura Rudolph Giuliani foi nomeado US Attorney e iniciou uma batalha campal contra o pequeno crime organizado e a violência nas ruas. Anos depois foi promovido a mayor tendo usado como base do seu discurso o combate ao crime. Hoje em dia há muitos que acusam a política de Giuliani daqueles dias de discriminatória e racista, suportada pela brutalidade policial, mas no entanto a verdade comum a todos é que neste momento Nova Iorque, exceptuando talvez a borough do Bronx, é uma das cidades mais seguras da América. Na foto, e a propósito do ambiente de violência urbana referido, dois Guardian Angels no ano de 1980; em 'Subway', um trabalho de Bruce Davidson.

de volta à maçã

Não foi preciso muito, nem mesmo vinte e quatro horas, para voltar à anterior rotina dos Domingos. A Strand e a Union Square pela manhã, o brunch tardio na Village e o final de tarde na Film Society do Lincoln Center. Para o dia de amanhã guardo o conselho da TAP: venha fazer jogging no Central Park. Vou.

12.10.07

o seu duplo perene

Romy Schneider

taxidermia

O francês Roland Barthes, no seu ensaio 'A Câmara Lúcida', diz-nos que a fotografia não é uma representação do real; é o seu duplo perene que acentua a efemeridade do real. É aquilo que nunca mais volta a ser, é o que foi, um duplicado da nossa própria passagem em determinado momento. Depois vai mais longe e correlaciona a fotografia com a Morte, com a transformação do objecto fotografado em espectro, cuja metamorfose o fotógrafo reconhece e teme. O fotógrafo embalsama momentos únicos da nossa existência - a Prova da nossa existência - como se fosse o taxidermista desse 'ter existido', com a diferença que não falseia o interior dos corpos.
Todos os momentos são fugazes e irrepetíveis. A fotografia é eterna, como a Morte.

the lust of a bored countess

Emmanuelle Seigner

Emmanuelle Seigner. Outra vez.

11.10.07

fotograma de outono

Desperto tarde, exausto, com o peso da insónia a martelar-me a cabeça. Ao contrário do que escreve Mailer, essa heróica batalha nocturna deixa cadáveres pela manhã; o meu, pelo menos, ou assim me parece. Fora isso o mundo está igual ao que estava ontem. À excepção talvez de uma inglesa persa que ganhou o Nobel por livros que nunca li. Um dia de Outono. Está de praia, penso ao sentir o calor pelas nesgas do estore. Recordo-me então da areia quente e dos amantes enroscados nela sob o sol da Argélia de Camus. Revejo a cena como se para uma polaroid desfocada olhasse. A água azul, ao fundo, contrapõe-se ao bronzeado dos corpos em primeiro plano. A atmosfera está filtrada por algo, pela incidência directa dos raios solares, talvez. Há ausência. Dormência. Há gargalhadas femininas a intercalar o longo silêncio.

a midnight valium for a good night sleep

Emmanuelle Seigner

on mailer, take three

He fought one of those heroic battles of the night which leave not a single corpse in the morning.

(esta hoje - e pela hora que é - cai que nem ginjas)

on mailer, take two

Like most cynics he was profoundly sentimental about sex.

on mailer, take one

She had the lusts of a bored countess, and what had he been looking for so long, if not that?

don't blame me, blame the man's look



Num tempo em que muitos homens se depilam, arranjam as unhas, frequentam cabeleireiros e não fumam apenas porque o tabaco mancha os dentes e não por questões de saúde, faz falta lembrar o exemplo de um homem com ar de homem. Steve McQueen drinking beer, para os (homens) mais esquecidos.

E pensando bem, para algumas mulheres também.

don't blame me, blame the voice

Cedric the Entertainer em 'Talk to Me', (2007), biopic de Petey Greene com laivos de comédia negra (em ambos os sentidos), desempenha um papel secundário de 'homem da rádio' do período nocturno. Nighthawk, como é conhecido, atribui o seu sucesso junto do público feminino ao tom grave e denso da sua voz. Diz com frequência - e veja-se este requinte metastático - 'don't blame me, blame the voice'. Mas a verdade é que tem toda a razão.
Sacana.

dos sábios e das atitudes

Como uma história do senhor Keuner, de Brecht:
Com o senhor K. veio ter um professor de filosofia e pôs-se a contar-lhe da sua sabedoria. Ao fim de algum tempo, disse-lhe o senhor K.:"Tu não tens à vontade a pensar". O professor de filosofia ficou furioso e disse: "Não é acerca de mim que eu quero saber coisas, mas acerca do conteúdo do que estive a dizer." "O que estiveste a dizer não tem conteúdo", disse o senhor K. "Vejo-te andar sem jeito e não há objectivo que atinjas enquanto te vejo andar. Exprimes-te de uma maneira obscura e não há clareza que tragas enquanto discursas. Ao ver a tua atitude, não me interessa para nada o teu objectivo."

nunca digas nunca

O que leva um homem novo a explicar-se a um homem velho, cuja arrogância perpetuada do alto da sua cátedra o impede de ver mais longe do que o próprio umbigo? Nada. Ou pelo menos, nunca mais nada. Mas atenção, nunca digas nunca.

8.10.07

no one belongs here more than you



As oito semanas chegam este Sábado ao fim. Talvez no Domingo esteja já a espreitar as novidades na Strand e a percorrer as estantes velhas de madeira que são a prova da desorganização do Homem na face da Terra. Nunca se vai lá à procura de um determinado livro, caso contrário não se encontra. Quando se quer algo específico é melhor ir à Barnes & Noble, por exemplo. Na Strand a compra é motivada pela busca e pela surpresa.

'no one belongs here more than you'?
Também não é verdade.

6.10.07

where is jodie foster?

Bronson, o Vigilante, preocupado com a concorrência

5.10.07

dos clássicos (2)



Jessica Lange, por exemplo.

dos clássicos

Nas suas 'Viagens com Heródoto' Ryszard Kapuscinski faz uma grande referência à Batalha das Termópilas na versão do historiador grego. Batalha essa que está agora muito em voga pela adaptação da obra gráfica de Frank Miller ao cinema. É compreensível o fascínio pela luta brava e desigual mas das 'Histórias' de Heródoto pessoalmente prefiro a de Creso e da morte acidental do seu filho por Adrasto, tal como de Frank Miller prefiro as aventuras do Demolidor, O Homem Sem Medo, (de Stan Lee), que chegavam a Portugal nos anos oitenta pelas edições da Abril em português do Brasil. Embora cada uma à sua maneira são dois clássicos, tal como o é o denominador comum entre as duas, ou seja, a redenção de um Homem, vítima do Acaso e a consequente busca pelo perdão.
Adrasto consegui-o de Creso e por não aguentar a culpa não lhe serviu de muito. Matthew Murdock nem isso; mas convém lembrar: o seu rei era diferente.

viajar com os clássicos



Tal como Ryszard Kapuscinski também tive como livro de bolso na minha primeira viagem à Índia a 'História' de Heródoto. Na verdade, apenas o volume IV. Mas não deixa de ser uma coincidência. De carácter literário, digamos assim. Mais tarde, numa viagem de mochila às costas da Cidade do México até Belmopan, voltei aos clássicos e levei comigo a 'Odisseia' de Homero. Foi uma ideia romântica, não o acabei. Tal como não cheguei a Belmopan. Perdi-me pelo caminho - mas já no Belize - instalado numa pensão de madeira à beira-mar. Ulisses que me perdoe, mas era a vez da minha Odisseia.

o meu tributo




a Stephen Shore

Fiz esta polaroid da escadaria da biblioteca de Columbia algures entre Maio e Agosto deste ano. Nem apontei a data no verso. Mas fi-la com a ideia dos U.S. Postcards de Stephen Shore na cabeça: cores saturadas de paisagens urbanas semi-despovoadas num determinado momento do dia. Depois de secar, quando olhei bem para ela, lembrei-me de alguma coisa que Joel Meyerowitz disse sobre os lugares-comuns típicos da fotografia amadora; esses que curiosamente são uma das grandes referências de Shore. Monumentos desenquadrados devido ao erro de paralaxe das máquinas instantâneas, motivos turísticos, pontos de passagem fugaz. O próprio Meyerowitz, nas suas street-photographies, acusa essa tendência mas de uma forma muito refinada, (como em Untitled, 1966, que fotografa a projecção de um slide tomado por uma turista da vista de uma janela de avião). Anos mais tarde aparece Martin Parr como o derradeiro nome desta matéria, que utiliza a fotografia como um registo dos fluxos turísticos e do hedonismo forçado de uma sociedade esgotada.

Aqui, como em Shore e Parr, o processo repete-se: um homem que fotografa outro homem que fotografa uma estátua em bronze. Mas aqui, obviamente, como homenagem. Não como um especial interesse sociológico.

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4.10.07

traz-me a toalha!

a virtude e os maus propósitos

A um dado momento, em 'Lacrimae Rerum', Zizek discorre sobre Hitchcock e 'Psico'. Faz uma referência à cena em que Bates (Perkins) limpa exaustiva e minuciosamente o chão depois do crime, evidenciando assim, segundo o filósofo, o carácter obstinado, perfeccionista e virtuoso do assassino. Virtuoso? Sim; e depois explica-se: na máxima de S. Tomás de Aquino, a Virtude (e tudo o que comporta para a alcançar), pode também servir maus propósitos.

O virtuosismo está assim ao alcance de todos e não é apenas, logicamente, uma arma dos homens tementes a Deus. Isto, por si só, já explica muita coisa.

ainda carver

O que mais me espanta, na coerente consistência das personagens de Carver, é a lucidez (e consequentemente a apatia) que elas retêm na avaliação do momento em que se encontram. O insucesso, o desinteresse, a letargia, a misantropia, a dependência e a amargura renegam-lhes o direito a sonhar e, como tal, claramente se apercebem de que a sua existência, para além de banal, não tem qualquer remédio. Em Carver não há luta ou heroísmos estóicos, há apenas conformismo. E deixar o quotidiano passar.

american landscapes (de holdt a shore, igual a carver)



Ambos percorreram a América nos anos 70. Jacob Holdt, dinamarquês, centrou-se em temas como o racismo, a família e a religião. Stephen Shore, nova-iorquino, preferiu a paisagem (rural e urbana) e os elementos/objectos do quotidiano: de pratos e cinzeiros sujos a retretes em diners bafientos. Apesar das diferentes abordagens os dois trabalhos têm muito em comum: a) um registo real e não um realismo mascarado, também reforçado pelo uso de flash duro b) a ideia de fotografia como um snap-shot instantâneo e autêntico, fazendo uma alusão à explosão da fotografia amadora nos EUA nessa década c) uma crueldade subtil; nas entrelinhas no caso de Shore, mais vincada no caso de Holdt d) o desinteresse pelo equilíbrio clássico (à época) da composição. Tudo isto de um ponto de vista técnico de folhetim.

Mas o consumo obsessivo como catarse involuntária, o álcool como carburante, o desalento generalizado, o abandono do paradigma familiar - no fundo, a lenta degradação do sonho americano - também lá está. No fim, de Holdt a Shore, encontramos a América de Raymond Carver no seu melhor.

estado civil: solteira



Para o Pedro Mexia, que julgo que aprecia.
Pela referência.

Segundo a Wikipedia Eva Green vive sozinha e é solteira. No entanto tem um cão - Griffin - ao qual chama marido. Em jeito de adenda, com este novo dado, talvez o 'estado civil' seja 'casada'. Outro detalhe curioso é que segundo ela mesma, sendo francesa, é preguiçosa, ou seja, fuma e não faz exercício. *

o meu tributo



a Alan Berliner.

Alan Berliner recolheu uma série de vídeos caseiros de 16mm e editou-os com um carácter sequencial. No seu 'The Family Album' conseguimos acompanhar a evolução do ser humano nas três fases fundamentais da vida: a infância, a idade adulta e a velhice. Diferentes vídeos, de diferentes épocas e de várias famílias norte-americanas compõem a base do seu documentário. Eu, com um punhado de fotos de família em cima de uma colcha amarela, tento o mesmo efeito; e numa imagem apenas comprimo cinquenta anos de história familiar. Agora falta a legenda.

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